Quando eu era criança, passava as férias na casa dos meus avós, na certeza de que encontraria os meus primos e brincaríamos muito.
No fim da tarde, sempre tinha bolo quentinho e a tijela da batedeira para lamber.
Depois, ficava olhando da calçada meus primos jogarem futebol com os gols feitos de chinelo. Eram horas naquele asfalto quente e um baita trabalho depois para tirar a sujeira dos pés.
Brincava de “Elástico”, “Mãe da Rua”, Pic-Esconde” e “Rouba-Bandeira”. Mas também não resistia ao “Banco Imobiliário”, “Jogo da Vida”, “War” e “Stop”.
Adorava a volta às aulas, as saídas com minha mãe para a compra dos materiais escolares, a roupa diferente ou o brinquedo que eu poderia levar nas aulas de sexta-feira.
Com R$ 5,00 por dia, comprava tudo o que eu precisava: Algodão Doce, Pé de Moleque, Gibi da Turma da Mônica e Papel de Carta.
Assistia ao Chaves, Cavalo de Fogo, Ursinhos Carinhosos, Castelo Rá-Tim-Bum e X-Tudo.
Comprava Yakult da mulher do carrinho, Geladinho do Bar do Sr. Ezequiel e Salgadinho de Palitinho.
Ficava contando quantas fichas telefônicas caíam enquanto minha avó contava para a minha mãe de quantas casas eu tinha apertado a campainha e saído correndo.
E hoje afirmo sem medo de errar: Toda criança é feliz e sabe disso!
Por Fernanda La Salye